segunda-feira, 16 de maio de 2016

Sondagem e Aplicação das Estratégias de Leitura - Blog Linguísticados


Analise de leitura- APS

Leitora: Lyka HigaNosso grupo conversou com a leitora Lyka Higa referente ao livro que ela leu chamado “O Pequeno Príncipe”.


                                      
Como nossa entrevista foi realizada por áudio e online, transcrevemos a conversa a seguir:
Análise sobre Scanning e Skinning

Natalia Pina: Quando você leu o “O Pequeno Príncipe” (LIVRO), você utilizou uma leitura rápida (SEM FOCO,SEM OBJETIVO OU SÓ LEU) ou procurou , enfatizou, tentou buscar alguma coisa a mais (PAROU,RELEU,VIU AQUELE PARAGRAFO MELHOR, TENTOU VOLTAR NO LIVRO PARA VER SE ENTENDIA AQUELA PARTE MELHOR) como você leu?
LYKA: Eu basicamente fiz uma leitura rápida, mas houveram alguns trechos que “pausei” por conta da reflexão. Tentando comparar a historia do “O Pequeno Príncipe” com a sociedade. Mas grande parte da leitura foi bem fluída, já como o livro não tem uma linguagem difícil e nem uma história complexa, então é um pouco confuso falar dele. Não foi como ler o livro de APS, por exemplo, que não era uma leitura corrida, sabe? Porque como ele abordava temas e tópicos que não eu conhecia, precisei prestar mais atenção na leitura, nas palavras que não conhecia para entender o texto e o que estava sendo dito/explicado, enquanto o no “O Pequeno Príncipe” isso não aconteceu, foi bem mais fácil de montar a imagem das coisas e entender o contexto.

RESULTADO
Concluímos pela resposta de Lyka que na maioria da leitura foi usado o Scanning, uma leitura rápida sem muito aprofundamento. Segundo o livro de “Angela Kleiman”, Scanning é quando se faz uma leitura rápida, buscando o sentido de todo o texto sem se envolver muito enquanto Skimming é quando se pula partes do contexto, buscando algo bem específico. Um exemplo seria quando ela teve de ler os textos do Enem.

Sondagem sobre gêneros textuais mais lidos pelo Leitor
Notamos que a leitora se interessa muito em ler livros de romances e ficção, como também tende a ler notícias de jornal e revistas.

Princípio da Economia/Parcimônia
Neste princípio, a regra que foi utilizada pela leitora foi a “Regra da não contradição”, pois durante sua leitura ela relatou que o livro apresenta a história no momento “presente”, entretanto, em outro momento a história é narrada em um momento antecedido daquele e mesmo assim houve o entendimento por parte da leitora.

Princípio da Canonicidade
Neste princípio, pudemos notar que foi utilizada a “Regra da linearidade”, pois é relatado que não houve a necessidade de se parar a leitura do texto para pensar, contextualizar e entender e depois voltar nele para que houvesse o entendimento do que era contado e explicado no texto.

Continuidade Temática
Lucas: Queria saber se você quando estava lendo, buscava uma conexão de sentido, ou seja, você criava significações que relacionavam seu conhecimento que te permitiam compreender o texto?
LYKA: Sim, Lucas, fiz isso.

Análises Cognitivas e Metacognitivas
Príscila: Quando você tem um objetivo de leitura como você coloca em prática? Por exemplo: como você escolhe que livro ler.
LYKA: Leio a sinopse e converso com as pessoas que já tenham lido o livro para ver se realmente me interessa.
Príscila: E após a escolha do livro “O Pequeno Príncipe” qual foram suas expectativas sobre ele? Durante a leitura as expectativas foram as mesmas?
LYKA: De que era uma história bonita e com escrita de fácil leitura. Sim.
Príscila: Você utilizou alguma estratégia de leitura que aprendeu ao ler este livro?
LYKA: Bom, eu sabia um pouco da história do livro então acredito que  eu já tinha um conhecimento prévio, assim com também tentei deduzir como seria o final do livro.

Objetivos da leitura
Príscila: Você costuma ler livros por prazer, para autoconhecimento, ou só por obrigação dos estudos?
LYKA: Gosto de ler por prazer, entretenimento e um pouco para reflexão também.
Príscila/Natalia Pina: Referente ao livro “O Pequeno Príncipe” como foi sua leitura e fora este livro quais outros costuma ler?
LYKA: Por prazer. Busco mais livros técnicos que abordem temas que eu tenho interesse e outros que sejam leituras fluidas.

Ruptura da estratégia Cognitiva
Pedimos a Lyka que pegasse um livro de algum familiar e ela escolheu um de direito de sua mãe chamado “Código civil Código de Processo Civil Constituição Federal”. Pedimos a ela que lesse um trecho ou um capítulo do livro escolhido e nos dissesse o que achou e se possuiu alguma expectativa referente a este livro. Ela nos informou que não entendeu muito sobre o assunto abordado no texto e não se interessou por ele, além de que sua expectativa era que já imaginava não compreender o texto.

Análises de Ascendente e Descendente
Lucas: Você usou qual ordem de compreensão, buscou substituir palavras por outras mais fáceis de entender ou tentou interpretar pelo contexto?
LYKA: Uma em especial, que eu me lembro. Os “Baobás”. Interpretei o que significava pela história.

RESULTADO
Podemos concluir que a Lyka é uma leitora descendente, pois interpretou a palavra de acordo com a leitura do livro.
Descendentes é um modelo que entende que o significado do texto está na mente/ou na cabeça do leitor, enquanto o Ascendente é o modelo baseado na interpretação do texto que liga diretamente ao seu vocabulário ou gramática sem o uso da contextualização do que está escrito.

Resumo da Sondagem
A entrevista objetivou traçar as estratégias de leitura de nosso leitor. Foram analisados ao total nove princípios que ao termino da entrevista nos proporcionou mapear e identificar aspectos de cognição e metacognição usados pela leitora. Lyka é uma leitora que opta pelo gênero romance e ficção, atribui na leitura de o pequeno príncipe a estratégia de scanning buscando a rápida compreensão do texto. A coesão do texto é estruturada no principio de linearidade dos elementos temáticos e a construção de sentido fez com que ela criasse conexões entre sua realidade e a realidade do texto (continuidade temática). Entre suas estratégias cognitivas ela conversa com outras pessoas a respeito do texto e busca parâmetros de pré-compreensão na sinopse do livro para que se crie ligação entre texto e leitor. Ao romper com a estratégia cognitiva o objetivo principal foi perdido: o próprio prazer da leitura, rompendo assim, possibilidades de metacognição e cognição entes construídas.

Fichamento 
Ultilizamos como fonte de pesquisa o livro da"Angela Kleiman" ,como também usamos os outros blogs da sala e por fim para entendermos melhor sobre ascendentes e descendentespesquisamos neste site
 http://www.dca.fee.unicamp.br/cursos/EA876/apostila/HTML/node59.html
para poder aplicar no leitor.

Desdobramentos de um tema: Rompimento das barreiras da Samarco em Mariana - Elizabeth Santos, Diedna Gomes, Ronita Ferreira, Rosangela Cristina


domingo, 15 de maio de 2016

Desdobramentos de um tema: 70 anos de bomba atômica no Japão - Milena Araujo, Thais Fernanda


APS: Sondagem e aplicação de estratégias de leitura - Blog Fundão mais que perfeito

APS: Sondagem e aplicação de estratégias de leitura

Resumo

O leitor escolhido pelo grupo foi o aluno Luan Sales Gomes. O objetivo de sua leitura é a busca refletiva, isto é, a procura do autoconhecimento. Ele lê por prazer de acordo com o conteúdo de interesse. O leitor utiliza-se mais da estratégia metacogntiva, ou seja, ele usa conscientemente as estratégias de leitura.
Uma das estratégias utilizadas foi a predição, Luan já tinha uma expectativa do que iria acontecer com a personagem devido ao seu conhecimento de mundo. Ele também fez a  separação em períodos e partes cronológicas. Ele usa o princípio da Canocidade, já tinha um conhecimento prévio do tema do livro pela leitura de outros livros do mesmo autor.
Verificamos que o leitor é do tipo descendente. Ou seja, o processamento do texto é feito de cima para baixo, ele já tem uma expectativa de leitura e objetivos.

Estratégias de Leitura

A estratégia de leitura pode ser cognitiva ou metacognitiva. A primeira é feita inconscientemente, enquato a segunda é feita pela própria vontade do leitor. De acordo com o nível de experiência, ele pode fazer uso de algumas estratégias.
Podemos citar algumas estratégias como por exemplo a predição, que é uma espécie de advinhação do leitor sobre o que está por vir no texto. Também podemos citar o automonitoramento, que é uma verificação de que as informações reunidas no texto dão suporte para uma determinada hipótese. Temos também a autoavaliação e autocorreção que são processos de teste das informações introduzidas no texto, se elas “batem” ou não. Essas estratégias citadas podem ser feitas inconscientemente ou não.
As estratégias exclusivamente metacognitivas são por exemplo a seleção, que é o ato de grifar palavras desconhecidas. Também se encaixa neste perfil a leitura detalhada, como por exemplo o ato de ler minuciosamente um manual de instruções. E também a inferência, que é a captação de informações que não estão escritas explicitamente, mas que a partir do contexto podem ser previstas.

Sondagem

O leitor escolhido pelo grupo foi o aluno Luan Sales Gomes. Realizamos uma entrevista em que descobrimos que os gêneros textuais mais lidos são literatura contemporânea e clássica, psicologia e espiritualidade.

Verificação das estratégias cognitivas

Os aspectos importantes que despertam interesse na leitura são o título, autor e cultura. Também o resumo prévio gerando uma identificação pessoal. O objetivo de sua leitura é a busca refletiva, isto é, a procura do autoconhecimento. Ele lê por prazer de acordo com o conteúdo de interesse.
Um dos livros analisados foi “Comer, Rezar e Amar”.



Aplicação das estratégias metacognitivas

O leitor utiliza-se mais da estratégia metacogntiva, ou seja, ele usa conscientemente as estratégias de leitura.
Uma das estratégias utilizadas foi a predição, Luan já tinha uma expectativa do que iria acontecer com a personagem devido ao seu conhecimento de mundo.
O aluno citou outro caso em que ativou a estratégia sobre conhecimento de mundo. Segue a seguir uma transcrição de uma pequena parte do livro "Cidades Mortas" de Monteiro Lobato:
"Pedrinho trotava pela fita vermelha da estrada, sobe e desce morro, quebra à direita, à esquerda, pac, pac, pac,... lá pensando na volta. Teria tempo de transpor a figueira antes de escurecer? A figueira... Passavam-se ali coisas de arrepiar o cabelo."
Durante a leitura deste trecho, o entrevistado afirmou que ficou curioso do porquê Pedrinho tinha medo de cruzar a figueira de noite. Ele se recordou de um episódio do programa "Um pé de que" apresentado por Regina Casé, em que ela mencionava o misticismo da figueira. Ela falou que a figueira é conhecida como uma árvore do inferno, em que acredita-se que demônios e seres de outros mundos rondam essa planta ao escurecer.
O leitor ativou portanto o seu conhecimento de mundo.
Luan também faz a  separação em períodos e partes cronológicas. Ele usa o princípio da Canocidade, já tinha um conhecimento prévio do tema do livro pela leitura de outros livros do mesmo autor.

Expectativa ou criação de hipótese antes da leitura

Entrevistador: Você busca ler livros por prazer?
Luan:  Sim. De acordo com o conteúdo de interesse.
Entrevistador: Quando você tem um objetivo de leitura, como você o faz?
Luan: Eu leio a resenha do livro, me interesso por determinado autor e tema.

Expectativa ou criação de hipótese durante a leitura

Entrevistador: Durante a leitura, você manteve seu interesse no livro “Comer, Rezar e Amar”?
Luan: Sim. Eu me identifiquei com experiências de vida semelhantes da autora.
Objetivos da leitura

O leitor lê alguns livros por prazer tais como: “Comer, Rezar e Amar” e “Capitães de Areia”. Ele analisa de acordo com sua necessidade de momento. Existem momentos em que ele procura livros de romance e em outros momentos livros de autoajuda.
Outros Luan lê para obter conhecimento como: “Shiatsu dos Meridianos”. Neste caso ele procurou um livro sobre medicina terapêutica e fez uso do skimming. O aluno procura uma informação específica, ou verifica o sumário em busca de determinado assunto.

Ruptura da estratégia cognitiva

Foi dada uma pequena parte de um capítulo do livro “Crepúsculo”. Verificamos que o leitor não mantêm interesse na temática do livro, fazendo assim a ruptura das estratégias cognitivas. O aluno não consegue fazer a predição, devido a falta de interesse. Ele não gosta da temática sobre vampiros.

Tipo de leitor

Verificamos que o leitor é do tipo descendente. Ou seja, o processamento do texto é feito de cima para baixo, ele já tem uma expectativa de leitura e objetivos.

Verificação da Regra da Recorrência

Luan fez uso desta regra no livro "Comer, Rezar e Amar". A seguir segue um exemplo:
"Já conheço duas Elizabeths em Roma além de mim. Ambas são americanas, ambas são escritoras."
Neste caso houve a coesão referencial, a palavra "ambas" substitue "duas Elizabeths".


Desdobramentos de um tema: Discurso da Presidente Dilma - Patrick Barbosa, Heloísa Viana


Desdobramentos de um tema: A vitória de Leonardo DiCaprio ao Oscar 2016 - Barbára Fernandes, Catharina Digiacomo


Desdobramentos de um tema: Questão de prova sobre a Valesca Popozuda - André Mouraria, Carlos Eduardo, Clevelys Rodrigues, Milton Oliveira, Raul Coutinho


domingo, 20 de março de 2016

Gênero textual - Hibritização


Resumo primeira reunião da comissão de divulgação


Histórico mundial


Histórico mundial from UNIPLETRAS

Aulas 1º 2016


Aulas 1o 2016_1a from UNIPLETRAS

Histórico brasileiro


Histórico brasileiro from UNIPLETRAS

Modelo relatório projeto comunidade letras_protegido


The belgrade charter



domingo, 6 de março de 2016

MARILENE FELINTO - Te

Leiam a crônica abaixo. Discutiremos as características do gênero e os tipos textuais ali presentes.

MARILENE FELINTO

Te

De todas as coisas pequenas, estava ali a menor de todas que eu já tinha visto. Não porque ela sofresse dessas severas desnutrições africanas -embora passasse fome-, mas pelo que eu saberia dela depois.
Teria uns 4 anos de idade, estava inteiramente nua e suja, o nariz catarrento, o cabelo desgrenhado numa massa disforme, liso e sujo. Chorava alto, sentada no chão da sala escura. A casa de taipa tinha três cômodos pequenos. Isso que chamei de sala não passava de um espaço de 2 m por 2 m, sem janelas. Apenas a porta, aberta na parte de cima, jogava alguma luz no ambiente de teto baixo e chão batido.
Isso aconteceu na semana passada, num distrito de Sertânia, cidade a 350 km de Recife, no sertão de Pernambuco. A mãe e os outros seis filhos ficaram na porta a nos espreitar, os visitantes estranhos. O marido, carregador de estrume, ganhava R$ 20 por semana, o que somava R$ 80 por mês. Essa a renda do casal analfabeto. Nenhum dos sete filhos frequentava a escola. Não havia água encanada. Compravam a R$ 4 o tambor de 24 litros. O choro da menina seguia atrapalhando a conversa.
-Ei, por que você está chorando? perguntei, enfiando a cabeça no vão da porta. A menina não ouviu, largada no chão.
-Ei! Vem cá, eu vou te dar um presente -repeti. Ela olhou para mim pela primeira vez. Mas não se mexeu, ainda chorando.
-Como é o nome dela? -perguntei à mulher.
-A gente chama ela de Te -disse, banguela.
-Te? Mas qual o nome dela? -insisti.
-A gente chama ela de Te, que ela ainda não foi batizada não.
-Como assim? Ela não tem nome? Não foi registrada no cartório?
-Não, porque eu ainda não fui atrás de fazer.
Te. Olhei de novo para a menina. Era a menor coisa do mundo, uma pessoa sem nome. Um nada. "Te" era antes da sílaba -era apenas um fonema, um murmúrio, um gemido. Entendi o choro, o soluço, o grito ininterrupto no meio da sala. A falta de nome impressionava mais do que a falta de todo o resto.
Te chorava de uma dor, de uma falta avassaladora. Só podia ser. Chorava de solidão, dessa solidão dos abandonados, dos que não contam para nada, dos que mal existem. Ela era o resultado concreto das políticas civilizadas (as econômicas, as sociais) e de todo o nosso comportamento animal: o de ir fazendo sexo e filhos como os bichos egoístas que somos, enfim.
Era como se aquele agrupamento humano (uma família?) vivesse num estágio qualquer pré-linguagem, em que nomear as coisas e as pessoas pouco importava. Rousseau diz que o homem pré-histórico não precisava falar para se alimentar. Não foi por causa da comida que surgiu a linguagem. "O fruto não desaparece de nossas mãos", explica. Por isso não era necessário denominá-lo.
As primeiras palavras foram pronunciadas para exprimir o que não vemos, os sentimentos, as paixões, o amor, o ódio, a raiva, a comiseração. "Só chamamos as coisas por seus verdadeiros nomes quando as vemos em suas formas verdadeiras." Só quando Te viu a coisa na minha mão se calou.
-Ei, Te, olha o que eu tenho para te dar!
Ela virou-se na minha direção. Fez-se um silêncio na sala. Era uma bala enrolada num papel verde, com letras vermelhas. Então ela se levantou, veio até a porta e pegou o doce, voltou para o mesmo lugar e recomeçou seu lamento.
Nem a bala serviu de consolo. Era tudo amargura. Só restava chorar, chorar e chorar por essa morte em vida, por essa falta de nome, essa desolação.


FOLHA DE SÃO PAULO

Mikhail Bakhtin - Estética da criação verbal


Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa


Gêneros textuais - definição e funcionalidade


Bakhtin, m speech genres & other late essays (texas, 1986)


Preconceito Linguístico


Plano de Ensino


Cronograma de aulas


Prática de ensino - Introdução a docência